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A Festa de Setembro

As novenas começavam no último dia de agosto, o que coincidia com o último dia de vaquejada. No primeiro fim de semana da festa, muitos turistas vinham de longe para ver os vaqueiros derrubarem o boi. Lagarto fervia de alegria. Terminada a vaquejada, começava a exposição agropecuária. Nas ruas, o som das bandas marciais ensaiando para o desfile do dia sete. As lojas repletas de clientes em busca de roupas novas para bem se apresentarem nos dias de festa. Todas as noites a Praça da Piedade ficava repleta de fieis, jovens namoradores e crianças correndo atrás da filarmônica. Os bailes da AAL e da AABB eram ansiosamente esperados pela sociedade local. E, finalmente, o ápice da festa: a procissão de Nossa Senhora da Piedade.
Durante muitos anos, minha mãe preparou o andor da imagem que desfilava pelas ruas da cidade. As famílias, no decorrer daquela semana, limpavam as casas e faziam a pintura das fachadas à espera dos parentes, que logo chegariam no fim de semana. Era uma oportunidade única para juntar a todos. Na Praça da Piedade, onde morávamos, quando chegava o sábado, a expectativa das famílias era grande e, vez por outra, apontava um carro vindo da Rua Lupicínio Barros, que anunciava a chegada de alguém oriundo de longe. E todos (parentes, amigos e curiosos) corriam para receber os visitantes. Essa era a Lagarto em que eu vivi.

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