Salve o Atlético Clube Lagartense

Jogando no dia 7 de junho de 1998, no Estádio Paulo Barreto de Menezes (Barretão), o Atlético Clube Lagartense sagrou-se campeão estadual de 1998, vencendo a forte equipe do Vasco Esporte Clube por 2 x 1. Com a fonte chuva caindo na cidade durante o dia, a fiel e vibrante torcida do Lagartense, que foi a sensação do campeonato em renda e público, não deixou de comparecer, cerca de mais de 5 mil torcedores, lotando completamente as dependências do Barretão, para incentivar e dar o grito de guerra “é campeão”, e levar o seu time para mais uma vitória, sendo 13 vitórias consecutivas, 4 empates e 3 derrotas, consignadas nas três rodadas iniciais do campeonato. Naquele domingo, foi um jogo clássico, digno de uma decisão, não foi fácil, pois o adversário Vasco valorizou bastante a conquista do Lagartense. Na primeira fase, todos esperavam que o Lagartense jogasse no setor defensivo, pois jogava pelo empate, mas partiu para cima do adversário. Então, aos 26 minutos, Osvaldo, o capitão do Lagartense e artilheiro com 6 gols (5 pênaltis e fora de área), marcou com maestria o primeiro gol, levando a fiel torcida à loucura naquele momento. Já o Vasco, no seu toque de bola rápido com seus atletas jovens, perdeu algumas oportunidades de marcar, porém, encontrava o melhor goleiro da temporada, Dilson, fazendo defesas sensacionais. Na segunda fase, o Lagartense iniciou explorando velocidade do seu ataque e aos 14 minutos, o craque Marcelo Alves (ex-Botafogo e Fluminense do Rio) lançou a bola por cima de vários atletas que estavam na área, decretando o segundo gol para as suas cores, um golaço para ficar na história do futebol no Barretão. Daí em diante, o Vasco, com algumas substituições ofensivas, partiu célere para a defesa Lagartense, aos 18 minutos, cobrando uma penalidade máxima, marcou o seu primeiro gol por intermédio de Marinho. Com um jogador a menos, pela expulsão de Fabinho, aos 28 minutos, o Lagartense se defendia de qualquer maneira, tentando neutralizar a pressão Vascaína, que esteve próxima de conseguir o empate. Com a torcida gritando “é campeão”, esperava apenas o trilhar final do árbitro do jogo para invadir o campo e isto aconteceu para alegria e euforia durante toda a noite e madrugada do dia seguinte, ao som do trio elétrico Voyage e Banda Show de Frevo, que foi uma atração a parte em todo o campeonato. O Atlético C. Lagartense, com apenas 5 anos de existência, fundado em 23 de agosto de 1993, conquista o título inédito para a cidade de Lagarto, que ficará perpetuado na história do futebol. Agora é só esperar o plantel campeão representar o estado de Sergipe na Copa do Brasil, Copa Regional do Nordeste e na Terceira Divisão (Brasileirinho). O Lagartense jogou de Dilson, Fabinho, Luciano, Marquinhos e Hamilton, Geavane, Osvaldo e Marcelo Alves (Genilson), Carlinhos, Mocambo (Alex) e Marcinho. O Vasco de Roberto, Márcio (Moisés), Marcelo, Elmo e Nininho, Nado, Juliano e Marinho (Topete), Marcelo Baiano, Serginho e Josmar (Surdeco). A arbitragem impecável de Antonio Hora Filho (nota 10) e os assistentes Eriberto Pessoa e Terêncio Santos Passos.

PARABÉNS À FIEL TORCIDA LAGARTENSE!

O futebol é um dos esportes mais populares do mundo e o mais difundido. Os esportes, de um modo geral, têm tido a saudável influência de exaltar a personalidade humana, tanto em seu sentido físico como espiritual, correspondendo ao velho preceito latino de “mens sana in corpore sano” (mente sadia em um corpo sadio). A história do futebol brasileiro é repleta de glória em toda a sua existência. O futebol é como esporte a paixão do povo brasileiro, que vibra com as vitórias dos seus clubes e delira com as suas conquistas. Sem dúvida nenhuma e isso não pode ser olvidado, um dos fatores que mais colaborou decisivamente para a vitória do Lagartense em gramados sergipanos foi a torcida local, sempre ao seu lado. Carregaram os atletas lagartenses nos ombros. Foi um calor presente, um carinho que incentivou e, em certos momentos, empurrou o plantel lagartense. Em hipótese alguma, poderíamos deixar de fazer uma menção a este acontecimento que a ninguém passou despercebido. Palavras não existem pata exprimir esta amizade pura e fraternal pata com os atletas do lagartense. E como cronista esportivo, o mais antigo da city, que ainda está em atividades (jornal 40 anos e rádio 14), ficará na retina dos meus olhos a beleza da euforia desta fiel torcida. Alguns dizem que esta emoção esportiva é um exagero com o que nó evidentemente não concordamos. Ela não é senão uma expressão de sentido desportivo, de sentido humano, uma coisa maravilhosa que representa um gesto de solidariedade popular, grata, pacífica, alegre e cordial, uma das mais eficientes diplomacias, um estímulo e excitante para a fraternidade e a amizade entre as pessoas, a compreensão recíproca, que não ofende nem prejudica a ninguém. Salve a fiel e vibrante torcida lagartense que foi a sensação do campeonato, em rendas e público.