Academia Lagartense de Letras
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Fundada em 19 de abril de 2013 pelos professores Rusel Barroso (autor da propositura), Claudefranklin Monteiro, Assuero Cardoso e Emerson Carvalho, a Academia Lagartense de Letras tem se empenhado na manutenção da cultura e das tradições populares com a irrefutável contribuição de seus integrantes, que não medem esforços para elevar o nome do município e de sua gente.
Inicialmente composta por 19 membros fundadores, a ALL conta, hoje, com 25 integrantes efetivos, tendo como presidente o acadêmico Dr. Paulo Andrade Prata.
Cadeira 1
Rusel Marcos Batista Barroso
professor universitário, escritor, pesquisador
Cadeira 2
Assuero Cardoso Barbosa
poeta, professor, ator
Cadeira 3
Rodrigo Freire de Amorim
advogado, consultor jurídico, parecerista
Cadeira 4
Anselmo Vital de Oliveira
professor, pesquisador, articulista
Cadeira 5
Deijaniro Jonas Filho
promotor, professor universitário
Cadeira 6
Claudefranklin Monteiro Santos
historiador, professor universitário, escritor
Cadeira 7
Emerson da Silva Carvalho
professor, jornalista, radialista
Cadeira 8
Euler Tavares Ferreira
bancário, jornalista, escritor
Cadeira 9
Mario Rino Sivieri, Dom.
religioso, pequisador, educador
Cadeira 10
José Carvalho de Souza, Mons.
religioso, educador, pesquisador
Cadeira 11
Taysa Mércia Santos Souza Damaceno
professora, pesquisadora
Cadeira 12
Maria Angélica Amorim Correia
poeta, artista, escritora
Cadeira 13
Rosalvo Andrade Nogueira
jornalista, radialista, comunicador
Cadeira 14
Beatriz Góis Dantas
antropóloga, escritora, pesquisadora
Cadeira 15
Paulo Andrade Prata
professor, jurista, escritor
Cadeira 16
Aglaé d’Ávila Fontes
professora, pesquisadora, folclorista
Cadeira 17
Euclides Oliveira Santos
escritor, jornalista, pedagogo
Cadeira 18
Noeme da Silva Dias
professora, poeta, escritora
Cadeira 19
Antônio José Monteiro Rocha
odontólogo, escritor, pesquisador
Cadeira 20
Paulo Sérgio Oliveira Nunes
médico, escritor, pesquisador
Cadeira 21
Maria do Carmo Oliveira da Fonseca
professora, pedagoga, entusiasta da cultura
Cadeira 22
Alessandro Santos Monteiro
músico, jornalista, ator
Cadeira 23
José Uesele Oliveira Nascimento
professor, historiador, entusiasta da cultura
Cadeira 24
Josefa Suely Rodrigues Prata
professora, escritora, pesquisadora
Cadeira 25
César de Oliveira Santos
poeta, escritor, ator
Grupo folclórico de maior evidência no município:
Parafusos
Quem quiser saber dos alegres integrantes do grupo folclórico Parafusos, do município de Lagarto, estado de Sergipe, tem que sair às ruas e vê-los cantar e dançar, para tomar um banho de alegria e humor. O grupo é integrado por homens, que se vestem com trajes femininos, lembrando uma sequência de anáguas brancas, ornadas com rendas.
Segundo a tradição, na época do cativeiro, era comum as sinhazinhas deixarem no coradouro, durante a noite, as peças das suas indumentárias, principalmente as anáguas, ricamente bordadas e cheias de rendas francesas.
Os negros escravos, na calada da noite, saíam para roubar essas vestes, com as quais eles se “fantasiavam” para tentar fugir dos seus senhores, em busca de novos caminhos, à procura da liberdade.
Com elas, os negros fugitivos cobriam todo o corpo, sobrepondo peça por peça, até o pescoço.
Assim, vestidos de branco e ao sabor do vento, saíam pelas estradas, dando pulos, rodopiando e fazendo assombração. A superstição da época fazia o povo acreditar em almas sem cabeça e outras visagens. Os moradores da região, amedrontados com as “terríveis” aparições, abstinham-se de sair de casa para proteger algo que estava sendo roubado, em sua propriedade. Tinham medo. Mais que isso, tinham verdadeiro pavor.
Após a libertação dos escravos, os negros saíam às ruas vestidos tais quais faziam, quando escravos. Trajando uma sequência de anáguas, saíam em bando, cantarolando, pulando, em movimentos torcidos e retorcidos, numa aberta e livre gozação aos seus antigos senhores, agora derrotados. Pareciam parafusos. Representando os negros escravos, com a cara melada de tabatinga (barro branco), pasta d’água ou pomada, vestidos numa profusão de anáguas brancas, com rendas, bicos e ornadas com pregas tipo “palito” ou bordadas em palmas cheias, eles não mais espalham o terror, como antigamente. Espalham, sim, muita alegria, muito humor, muita descontração. Por baixo das anáguas, os Parafusos usam blusa branca, com decotes redondos, mangas compridas, com elástico nos punhos, e calça comprida, com elástico no cós e nas pernas.
Ao todo, são cinco anáguas, distribuídas pelo corpo. Na cabeça, usam chapéus de ráfia branca, ornados com fita vermelha.
São poucos os instrumentos musicais que acompanham o grupo: triângulo, acordeão e bumbo.
Mas a empolgação fica por conta dos próprios integrantes que, com as suas vestes, criam um belo visual e, com as suas músicas e danças, repetem o ritual ancestral, dançando e cantando tudo que os seus reminiscentes criaram.
Publicação do Anuário do 34º FEFOL – Festival de Folclore de Olímpia – SP, do Calendário Sergipano – Parafusos de Lagarto – SE
Capa do CD ‘Sangue Nordestino’ da BANDA XAQUALHA
Trabalho realizado pelos artistas Valter Souza e Izildy Cruz, com composições da dupla e de outros amigos, a exemplo de Floriano Fonseca, Ediraldo Rodrigues, Marcos Roberto e Cláudio Bastos.
Produção de caráter regional
Contato para ‘shows’: (79)3631.3732 / 9.9966.1718
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Um pouco da ‘Cia de Teatro Cobras & Lagartos’
Dizemos, na linguagem popular, que quando alguém não tem “papas na língua”, essa pessoa fala “cobras e lagartos”. Seria essa também uma maneira simbólica de expressar aquilo que não é aceito por parte da sociedade, uma vez que é taxativo, mas que resulta numa verdadeira e significativa forma de expressão, como nos sugere a própria ideologia do teatro. O nome da companhia também nos remete à cidade de fundação, Lagarto, e às pessoas ligadas ao grupo, por expelir talento, dinamismo e responsabilidade, no bom sentido da palavra “cobras”.
A ‘Cia de Teatro Cobras & Lagartos’ foi fundada no dia 8 de janeiro de 2003, e conta, atualmente, com um núcleo de 12 membros, entre atores, técnicos e pessoal de apoio. É política do grupo sempre acionar parcerias, a fim de completar seus trabalhos e garantir a rotatividade do serviço artístico local.
Nessa linha, a companhia investe na qualidade de sua produção através de oficinas (internas e externas), cursos, debates, encontros e afins — a exemplo da participação nos projetos Interiorização do Teatro Sergipano (2007-2008), promovido pela Secretaria de Estado da Cultura – SE, e Troca-troca com a outra (2007), do grupo baiano A Outra Cia de Teatro. Neste último, na condição de representante estadual.
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Sobre ‘Uns Bossais’
‘Uns Bossais’, grupo musical de Lagarto, é um trio de MPB com repertório regado, principalmente, pelos acordes da Bossa Nova (daí o nome bem sugestivo), passeando por pérolas de samba ‘rock’, regionais, pop dos anos 80, forrózinho “pé-de-serra”, jovem guarda e baladas que conquistam os mais românticos.
Formado por Kiko Monteiro, na voz, Cassinho, no Teclado e Fábio Renner na Bateria.
O grupo está na estrada há quase três anos e, em janeiro passado, lançou um DVD com produção independente, gravado no estúdio do pai de Cassinho. Nesse despretensioso trabalho, além do ‘making off’ e do extra apresentando as experiências pessoais de cada um, estão reunidas as mais pedidas do ‘set list’. O resultado tem deixado orgulhosos os lagartenses e agradado ao bom gosto de muitos.
Os dois músicos são componentes da consagrada Orquestra Los Guaranys, e o cantor, que quando pequeno foi embalado ao som de Beatles e Rolling Stones, começou cedo a soltar a voz nas estradas durante shows das bandas nos saudosos bailes das noitadas lagartenses.
(Dados gentilmente cedidos por Lísia Conceição Ferreira Fontes)
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Lagarto – Berço de Cultura, Arte e Inovações
No âmbito literário, Sílvio Romero, Laudelino Freire, Ranulpho Prata e Abelardo Romero são exemplos da expressão escrita dos lagartenses.
Na esfera do rádio, cinema, teatro, jornal e televisão, Emília Corrêa, Ênio Rocha, Euler Ferreira, Lino Corrêa, George Magalhães, Joel Silveira, Maria Dealves, Márcio Lyncoln, Rosalvo Nogueira, Alex Dias, a Cia de Teatro Cobras & Lagartos e o Grupo Teatral Tecendo a Manhã merecem destaque.
Na área musical, a orquestra Los Guaranis, as bandas Frevo Folia, Lacertae, Uns Bossais e Kalibre, o músico Kalil, a dupla Valter & Izildy e os grupos Violão de Ouro, Antenor Nunes e Trio Chamego do Forró animam os eventos, sem esquecer a contribuição deixada por grupos como Saco de Estopa, Parada 6 e R Som 7.
No campo das tradições populares: as Novenas, os Parafusos, a Chegança, a Silibrina, as Quadrilhas Juninas, a Encomendação das Almas, a Zabumba, o Rei Momo […] são marcas que trazem à memória Dona Maria Teles, Maninho de Zilá, Mestre Terreno, Paulo da Chegança, Zé Padeiro, Tonho de Sinhô, Seu Menino da Pipoca, entre outros lagartenses.
Nas artes plásticas: Altair Andrade, Djalma Marques, Evilázio Vieira, José Carlos Carvalho, José Fernandes, Lourival Santos e Leustênisson Mesquita delineiam magia e encantamento sobre telas.
Nas instituições culturais, a Diretoria Regional de Educação, a Secretaria de Educação do Município e a OACI Idiomas promovem recitais, peças de teatro, entre outros eventos.
No mundo poético: Angélica Amorim, Assuero Cardoso, José Uésele, Luiz Marcel e Noeme Dias despertam novas gerações.
Na história, as marcas do pioneiro Adalberto Fonseca e as contribuições de Claudefranklin Monteiro Santos e Floriano Santos Fonseca, também estão presentes.
Na pesquisa, os trabalhos de Aglaé d’Ávila Fontes, Beatriz Góis Dantas, Luís Antônio Barreto e Rusel Marcos Barroso são exemplos para manutenção da memória de sua gente.
Lagarto, além de berço de homens notáveis, é um município progressista que muito valoriza as manifestações culturais, motivo da riqueza do seu calendário turístico.
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Manifestações populares
Muitas festividades fazem parte da cultura local. Algumas foram preservadas pelo povo; outras caíram no esquecimento e deixaram de ser realizadas pelos munícipes. Vejamos:
PARAFUSOS – Antigos escravos em fuga para os quilombos, ao passarem pelas vilas, roubavam anáguas de linho com babados. Após sua libertação, desfilavam pelas ruas da cidade com aquelas peças de vestuário, o que, posteriormente, originou o grupo folclórico. Os personagens se apresentam com o rosto coberto de tabatinga ou de qualquer tinta branca. Há um porta-estandarte fantasiado de índio, um grupo de sanfoneiros e diversos instrumentos de batucada. Consoante o historiador Adalberto Fonseca, quem criou a expressão “Parafusos” foi o Pe. Salomão Saraiva, que, da Igreja, ao ver os negros com saias, exclamou: “parecem parafusos dançando”. A expressão pegou e durante décadas o desfile do grupo faz parte do calendário folclórico da cidade.
CHEGANÇA – Dançarinos que retratam a luta entre reis católicos e turcos, pela reconquista do trono português.
CANGACEIROS – Retrospecto do bando de Lampião e suas façanhas pelo Nordeste. Com integrantes vestidos como cangaceiros, visitam lojas e casas pedindo comida e bebida, com ameaças de travessura se não atendidos. O grupo foi organizado por Zé Padeiro, que vale ressaltar, foi membro de uma volante combatente daqueles malfeitores.
TAIEIRAS – Mulheres com vestes orientais, que dançam em torno de um mastro enfeitado sob o efeito de música de zabumba, enquanto espadachins encenam lutas para proteger o casal real. Há evoluções com acenos de mãos e muito colorido.
ZABUMBA – Grupo de homens que saem tocando instrumentos rústicos de sopro e percussão para animar festas de batizados, casamentos e outras manifestações populares, em troca de gorjetas, comida e bebida.
QUADRILHA – Pessoas de todas as idades, que dançam músicas juninas sob o toque da sanfona e de outros instrumentos. Geralmente apresentada por escolas nos meses de junho e julho.
CABOCLINHOS – Grupo de jovens que se pintavam como os indígenas Kiriris, primitivos habitantes da região, e saíam pelas ruas a dançar.
ENCOMENDA(ÇÃO) DAS ALMAS – realizada às quartas e sextas-feiras da quaresma. O cortejo é formado em frente a um templo e há visitação a outras igrejas, capelas ou cemitérios. O encerramento se dá por volta da meia-noite, no ponto de partida. Em cada estação, o cântico às almas é acompanhado de música;
LAMBE-SUJO – grupos de rapazes lambuzados de melado, que saem no 2º domingo de agosto, relembrando as lutas dos escravos fugitivos para não serem alcançados pelos capitães-do-mato.
Também merecem destaque no folclore local
Cana-verde
Reisado
Folguedo de São Gonçalo
Festa do Fumo
Batalhão de taipa de casa
e os tradicionais forrós
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Fontes:
Publicações avulsas do Governo do Município (Lagarto/SE)
Publicações da Organização Americana de Cultura Inglesa
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