Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa é marcado por reflexões e ações em Sergipe
No dia 21 de janeiro, o Brasil celebra o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, uma data instituída em 2007 com o objetivo de promover o respeito à diversidade religiosa e combater preconceitos que ainda persistem na sociedade. Em Sergipe, a data é marcada por uma série de atividades, debates e mobilizações promovidas por instituições religiosas, movimentos sociais e órgãos públicos.
A programação deste ano inclui palestras, rodas de conversa e manifestações culturais que reforçam a necessidade de convivência pacífica entre as diferentes crenças e práticas espirituais. O evento principal ocorreu na capital, Aracaju, e contou com a presença de lideranças religiosas de diferentes denominações, como representantes das religiões de matriz africana, cristãs, espíritas, indígenas e ateístas, que dialogaram sobre o fortalecimento da liberdade religiosa.
Religiões de matriz africana como alvo frequente
Em Sergipe, como em outras partes do Brasil, os adeptos das religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, são os mais afetados pela intolerância religiosa. Relatos de discriminação, vandalismo a terreiros e discursos de ódio são comuns e preocupam os ativistas. Para combater essa realidade, a Secretaria de Inclusão e Direitos Humanos de Sergipe lançou uma campanha de conscientização que inclui materiais educativos e denúncias de casos de intolerância.
Para Pai João de Oxum, líder espiritual de um terreiro em Aracaju, “a luta não é apenas para garantir que possamos praticar nossa fé, mas para educar a sociedade sobre o respeito às diferenças. Essa data é um momento de resistência e celebração.”
Educação como ferramenta transformadora
O combate à intolerância religiosa passa diretamente pela educação. Escolas públicas e privadas de Sergipe têm realizado atividades pedagógicas que visam sensibilizar estudantes sobre a importância da liberdade de crença. Além disso, projetos como o “Educar para o Respeito” buscam desconstruir preconceitos e mostrar a riqueza da pluralidade cultural e religiosa do estado.
Denúncias ainda são um desafio
Embora Sergipe tenha avançado na implementação de políticas públicas, ainda há desafios para garantir que as vítimas de intolerância religiosa tenham acesso à justiça. Muitas vezes, os casos não são denunciados por medo de retaliação ou desconhecimento dos canais de apoio. Nesse sentido, organizações como o Fórum Sergipano de Liberdade Religiosa têm atuado para orientar e acolher vítimas, além de pressionar por punições aos responsáveis.
A data reforça que o combate à intolerância religiosa não é apenas uma questão de legislação, mas de mudança cultural. Em Sergipe, ações conjuntas entre sociedade civil, governo e instituições religiosas mostram que o respeito à diversidade é fundamental para uma convivência harmoniosa e igualitária.