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Explosão na Sorveteria

Como era costume da turma, o jogo de bola no oitão da igreja corria solto até que explosões e rajadas de fogos de artifícios em grande volume foram ouvidas parecendo o ápice de uma importante festa. A sorveteria de seu Agnaldo ficava na esquina do segundo trecho da Rua Acrízio Garcez e, a partir do mês de abril, comercializava produtos pirotécnicos. E engraçado, o que me traz mais recordações de lá não são os fogos, mas o picolé de caldo-de-cana. Mas retomando, a fumaça preta logo se espalhou pelo quarteirão. Enquanto os adultos apareciam nas portas das casas, atordoados e buscando saber do que se tratava aquele barulho, a molecada corria ao local do incidente imaginando ser alguma disputa entre turmas. Quando chegamos o seu Agnaldo estava sendo retirado do local em estado de choque. Felizmente ninguém sofreu queimaduras, mas o coitado do comerciante teve que ser internado por alguns meses. Prejuízo mesmo sofreu a turma, afinal, nossos pais sempre se referiam a respeito do perigo dos fogos de artifícios. Eu mesmo já sentira na pele, mas a sensação de ver a limalha queimando é indescritível. Os anos se passaram e as tradições vêm sofrendo os reveses da modernidade e do bom senso.

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