Meu Primeiro Violão
Certo dia, eu estava na casa de Marcos Monteiro, quando vi seu irmão Alceu colecionando alguns discos. Alice Cooper, Ozzi Osborne, Pink Floyd e por aí. Nesse tempo, eu ainda não conhecia tantos roqueiros, e, através dele e depois de Gilson Menezes (que me ensinou os primeiros acordes de violão), fiquei conhecendo o mundo do rock and roll. Alceu cantava e tocava muito bem. Era um cara despreocupado com a vida e, de vez em quando, eu o encontrava sentado no meio fio da calçada de sua casa dedilhando o pinho. Daí veio o meu interesse em aprender música. Eu tinha 13 anos e já ganhava alguns trocados pintando placas de estradas, quando estava com dinheiro suficiente para comprar o instrumento, falei com minha mãe para que autorizasse a compra. Ela, com um tom de desaprovação, disse: Fale com o seu pai! Esperei meu pai chegar de Tobias Barreto, onde trabalhava, e ele respondeu: se você tem o dinheiro pode comprar. Feliz da vida, liguei para meu irmão Adherbal, que morava em Salvador, e mandei o dinheiro para que ele comprasse. Depois de alguns dias, chegou meu primeiro violão. Não era dos melhores, mas era suficiente para começar. Da marca Reis dos Violões, era todo preto com tampo vermelho. No primeiro dia de aula cheguei em casa tocando “Chuá-chuá e Cada macaco no seu galho”. Meu pai vendo minha dificuldade em afinar o instrumento me pediu e começou a dedilhá-lo. Fiquei surpreso, pois não conhecia esse seu dom, e ele, foi lá no fundo do baú, e trouxe uma fotografia sua de quando era fuzileiro naval tocando o instrumento. Estava explicado.
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