Alma Lagartense
Mesmo tendo fixado residência aqui no Rio de Janeiro há 27 anos, viajando por tantos lugares desse nosso Brasil e por alguns países que me tocaram, como a França, em especial, tenho um forte DNA lagartense, que alimenta o meu inconsciente consciente fazendo-me beber na fonte de Sílvio Romero, Joel Silveira, entre outros.
Sinto que o tempo é um aliado nesse meu navegar para ancorar sempre nesse solo ”papa jaca”. Mesmo que não possa estar fisicamente, meu pensamento sobrevoa até a Praça Dr. Filomeno Hora, 109, pois foi nessa casa, em que até hoje habitam meus pais, onde eu nasci, sonhei sonhos reais e vivi emoções imaginárias.
Lembro do amanhecer no sítio dos meus avós maternos, onde hoje é um depósito ou fábrica de cerveja. Nessa terra me deliciava subindo nos pés de jabuticaba, com as “peladas” de futebol no sítio do meu avô paterno, onde tinha como troféu uma deliciosa jaca. Recordo-me, ainda, do meus primeiros ensinamentos do Centro Educacional Nossa Senhora da Salete, dos bailes de Carnaval da A.A.L., da Igreja Presbiteriana de Lagarto, onde dei meus primeiros passos na arte de interpretar as histórias bíblicas… São tantas e vivas fantasias reais que povoam as minhas veias, que, por mais que tenha orgulho de gritar para o mundo: “sou lagartense”, por mais que tenha tatuado um “Lagarto” no meu corpo, por mais que divulgue a minha terra nas minhas entrevistas ou andanças, ainda é pouco para agradecer a esse solo, e a essa gente, da qual eu faço parte, que me acolheu no meu despertar, e que agora me faz adormecer para sonhar a realidade de amar, aprender a resgatar sempre um pouco mais essa história e essa raiz.
Meus pais são a minha referência mais próxima desse incessante aprendizado de amor e esperança para que a nossa Lagarto seja ainda mais valorizada por sua cultura, sua história, suas lendas, seu folclore, e que a energia da maniçoba me mantenha sempre ligado a esse chão.
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