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Elas mudaram a história: Mulheres Negras que revolucionaram o Brasil

Série Especial | Julho das Pretas

No mês do Julho das Pretas, celebramos as mulheres negras que desafiaram o racismo, romperam silêncios históricos e deixaram marcas profundas na cultura, política, educação e resistência brasileira. De Dandara a Taís Araújo, suas trajetórias mostram que a luta por justiça e reconhecimento continua viva — e potente.

Dandara dos Palmares é símbolo da resistência quilombola. Líder no Quilombo dos Palmares, enfrentou o sistema escravocrata com estratégia e coragem. Ao seu lado, na história, está Tereza de Benguela, que comandou por décadas o Quilombo do Quariterê, organizando uma sociedade autônoma em pleno regime escravocrata.

Carolina Maria de Jesus, escritora e catadora de papel, deu voz à favela com o livro Quarto de Despejo, uma denúncia profunda da pobreza, do racismo e da desigualdade. Já Luiza Bairros, ex-ministra da Igualdade Racial, articulou políticas públicas que marcaram a luta antirracista no campo institucional.

Na produção intelectual contemporânea, Djamila Ribeiro se consolidou como uma das principais pensadoras brasileiras, influenciando o debate público com obras como Lugar de Fala e Pequeno Manual Antirracista. Ao seu lado, a cientista e educadora Bárbara Carine propõe uma revolução na educação com práticas antirracistas e afrocentradas, como na Escola Maria Felipa, em Salvador.

Na música, Clementina de Jesus resgatou os cantos ancestrais africanos com sua voz única e espiritualizada, sendo fundamental na preservação da cultura afro-brasileira.

No jornalismo, Glória Maria abriu caminhos e quebrou barreiras como a primeira repórter negra a alcançar projeção nacional na televisão brasileira. Com seu talento, inteligência e carisma, tornou-se referência de representatividade e coragem para muitas mulheres negras.

Na dramaturgia e nas artes, Taís Araújo tornou-se a primeira protagonista negra de uma novela no horário nobre da TV Globo. Ao longo da carreira, tem usado sua visibilidade para denunciar o racismo e defender a equidade racial e de gênero. Sua atuação vai além das telas: é símbolo de luta e autoestima para a população negra brasileira.

Já Isabel Fillardis, atriz e ativista, também desafiou os estereótipos raciais impostos pela mídia. Fundadora do movimento Doe Seu Lixo, e engajada em causas sociais, ela reforça o papel da mulher negra como agente de transformação, não apenas na cultura, mas em toda a sociedade.

Essas mulheres — do passado e do presente — revolucionaram o Brasil com suas vozes, seus corpos e suas ideias. No Julho das Pretas, suas histórias não são apenas homenagens: são lembretes de que o futuro se constrói com memória, coragem e justiça.

Fonte: Lagartonet

Elissandra Santana

Servidora Pública, podcaster e apaixonada por histórias que misturam humor e reflexão. Criadora do podcast 'Quem Nunca?', onde aborda temas do cotidiano com leveza e inteligência, traz em seu programa um olhar único sobre a vida. Redatora do Portal Lagartonet. Quando não está trabalhando ou gravando, é possível encontrá-la rindo e buscando novas inspirações para suas criações.