Invisíveis, mas insubmissas: Mulheres Negras e a Luta contra o apagamento
Encerramento da Série Especial – Julho das Pretas
Invisíveis, mas Insubmissas: Mulheres Negras e a Luta Contra o Apagamento
Julho chega ao fim, mas a luta das mulheres negras segue viva e urgente. Ao longo deste mês, celebramos histórias, conquistas e resistências. Agora, é tempo de olhar para o silêncio forçado que muitas ainda enfrentam: a invisibilidade.
Em todos os espaços – da política aos ambientes corporativos, das universidades às telas da TV – o corpo da mulher negra segue sendo ignorado, desvalorizado ou lembrado apenas quando convém. Não por ausência de competência ou força, mas por um projeto estrutural que insiste em não enxergá-las como protagonistas.
Na política, as cadeiras de poder quase nunca têm cor – e quando têm, são alvo de violência simbólica e institucional. No trabalho, elas recebem os piores salários, acumulam mais funções e são constantemente preteridas em cargos de liderança. No mundo acadêmico, precisam provar o tempo todo que pertencem ali. Na cultura, são frequentemente retratadas de forma estereotipada ou simplesmente excluídas das narrativas centrais.
Essa invisibilidade é estratégica: ela mantém estruturas de poder intocadas e impede que a verdadeira potência das mulheres negras floresça e transforme o mundo.
Mas o que esse sistema não entendeu é que mulher preta nunca foi ausência. Ela é presença. É semente e raiz. É verbo e ação. Mesmo quando tentam silenciar, ela fala. Mesmo quando apagam, ela reacende.
Neste encerramento da nossa série do Julho das Pretas, deixamos um compromisso: seguir rompendo o silêncio, criando espaços de escuta e visibilidade, onde mulheres negras não sejam exceção, mas referência. Porque o futuro – se quiser ser justo – precisa ser preto, feminino e plural.